quinta-feira, 30 de abril de 2015

Vinhos orgânicos, naturais e biodinâmicos: o que são, quais as diferenças entre eles e como encontrá-los

Já ouviu falar em vinhos orgânicos, biodinâmicos e naturais? Entenda a diferença entre estes conceitos.

Qualidade de vida é, certamente, um assunto em voga ultimamente – e não é possível abordá-lo sem falar em alimentação. Os alimentos orgânicos, biodinâmicos e naturais não só fazem bem à saúde como têm gosto e aroma totalmente diferentes. São alimentos puros e dizem muito a respeito da terra onde foram cultivados. Sendo o vinho resultado de um produto agrícola, a uva, não é diferente.
Como sabemos, o meio ambiente faz parte da cadeia alimentar e todos exercem sua função naturalmente pré-estabelecida, ou seja, ninguém está ali por acaso. E é por isso que o equilíbrio desse sistema é tão importante.
Para se ter uma ideia, uma pequena parcela de terra tem cerca de milhões de vidas – entre insetos, fungos, bactérias e microorganismos -, todas em perfeito equilíbrio e harmonia.  Com a aplicação de produtos químicos, muitas dessas vidas morrem, e é aí que começa o desequilíbrio do ecossistema, surgindo assim, vários problemas.
Graças à individualidade nata desses vinhos, eles têm se destacado cada vez mais entre todos que amam a bebida.
Já ouviu falar sobre vinhos orgânicos, naturais e biodinâmicos? Entenda o que cada um desses nomes quer dizer:

Vinho orgânico, o estilo do momentobiovale-652x442

No caso das uvas, a viticultura deve ser feita sem a utilização de agrotóxicos, substâncias sintéticas e adubos químicos. O intuito é manter o equilíbrio do ecossistema e proteger o meio ambiente, contribuindo, assim, para todos os envolvidos na cadeia – da terra ao consumidor final.
Alguns cuidados são importantes e mandatórios, como o uso responsável de recursos naturais como solo, água, ar e tudo o que houver no entorno dos vinhedos. A palavra chave é sempre o equilíbrio.
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“Possui aromas de framboesas maduras, morangos em compota e um leve toque floral que remete a violetas.”


Vinho biodinâmico sem misticismod1de5e08-ad97-4be0-97d3-4d651b021d6f1-300x225

A biodinamia em vinhedos começa com o cultivo orgânico das uvas, mas essa etapa é apenas o início de um trabalho minucioso e ancestral da agricultura que se baseia na observação das fases da lua, das estações do ano, da influência do sol sob as plantas…
Isso significa proteção à biodiversidade, e entre todos os elos da cadeia (mineral, vegetal e animal). É uma volta ao início do século 20, onde ainda não havia a disseminação do uso dos defensivos agrícolas.
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” Exala nuances de geleia de framboesa, giz e especiarias.  Um vinho potente porém delicado e muito elegante.”

Como assim vinho natural?!

Embora ainda não haja uma legislação oficial pavinhedo lapostollera os vinhos naturais, podemos considerar que as uvas utilizadas na elaboração desses vinhos devem ser provenientes de vinhedos orgânicos, biodinâmicos ou sustentáveis, para que a matéria-prima seja a mais saudável possível.
Os vinhos são produzidos exclusivamente a partir do sumo da uva, sem a remoção ou adição de absolutamente nada durante todo o processo. Se está se perguntando o que poderia ser modificado nesse processo, explico: acidez, tanino, aspecto visual, aromas, sabores e textura, em um modelo de vinicultura convencional são alterados por meio do uso de produtos químicos.
Também não passam por colagem nem filtragem, pois os produtores acreditam que esses processos retêm elementos importantes do vinho, como os aromas. O uso do sulfito (conservante contra a oxidação do vinho) também não é conveniente a esses produtores. Os menos radicais, por sua vez, utilizam baixas doses de sulfito, mas apenas por precaução.
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“O aroma de fruta vermelha é o que prevalece neste vinho de frescor notável. Suculento como poucas expressões de Pinot Noir que se pode provar no Chile.”


Entender a ciência por trás da produção de vinhos tem sido muito positivo, e poderia ser ainda mais, se em vez de controlarmos absolutamente toda a produção da bebida, deixássemos um pouco mais para a natureza, afinal de contas, muito pouco é creditado a ela.
Saúde!
Por Sommelière Jô Barros

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