terça-feira, 24 de março de 2015

Vinho Doce, a porta de entrada para o Mundo dos Vinhos

                              

Doce é bom de todos os jeitos, até verbalizar a palavra é gostoso, enche a boca d’água. Quem nunca tomou vinho doce, aqueles de garrafão, que atire a primeira pedra… eles são o início de um grande romance.

Para que entenda melhor, existe uma grande diferença entre os vinhos doces de qualidade e aqueles que tomávamos antes de ouvir falar em “taninos”, a começar pela matéria prima. Duas das principais famílias de uvas utilizadas para vinificação, ou seja, transformar uvas em vinho, são Vitis Labrusca e Vitis Vinífera. A primeira tem origem americana, são aquelas uvas de mesa que compramos na feira e no supermercado, ótimas para consumo in natura, mas que também são utilizadas na elaboração de vinhos de garrafão. Por não terem a estrutura ideal para vinificar, o suco extraído geralmente é manipulado, uma das intervenções realizadas é a adição de açúcar (chaptalização) para conversão do álcool. Mas elas também exercem um papel muito importante na elaboração dos vinhos finos, por serem resistentes à pragas, são enxertadas às plantas Vitis Vinífera e servem, assim, como condutoras de seiva.
Para nossa alegria, existem vários tipos de vinhos doces de excelente qualidade e estilos diferentes. Conheça alguns:

Colheita Tardia ou Late Harvest-  as uvas utilizadas na produção deste vinho permanecem no pé após o ciclo natural de maturação, onde perdem líquido e concentram açúcar e acidez. Podem ser brancos ou tintos, sua principal característica é a relação de equilíbrio entre doçura e frescor. Os exemplares brancos são ótimas opções como aperitivo e para acompanhar queijos azuis e de massa mole,oleaginosas e pudim de leite.


Fortificados: sabe-se que o vinho é resultado do processo natural de fermentação da uva. Estre processo inicia-se com o rompimento da casca da fruta, onde as leveduras existentes nela passam a consumir o açúcar transformando-o em álcool e gás carbônico. Para a elaboração dos fortificados doces, este processo é interrompido com a adição de álcool vínico, onde o mosto (suco) atinge um determinado grau alcoólico mantando as leveduras e, assim, restando açúcar natural residual. Os fortificados podem ser: Porto (Portugal), Madeira (Portugal), Moscatel de Setúbal (Portugal), Banyuls (França), Jerez PX, Oloroso, Pale Cream (Espanha), Marsala (Itália). Experimente acompanhá-los com torta de nozes pecam.

 

Botritizados: O nome não é bonito, mas os vinhos botritizados (atacados pela podridão nobre), são os doces mais requintados, elegantes e incomuns de todo o planeta. Eles são produzidos a partir de um fenômeno natural, onde um fungo chamadoBotrytis Cinerea, que se desenvolve em ambientes úmidos e ensolarados (muito comum em Sauternes, França) perfura os bagos mantendo a polpa intacta, reduzindo a água contida nas uvas, aumentando os níveis de acidez, açúcar, viscosidade e sabor. Acompanham perfeitamente crème brûlée, foie gras, queijos de sabor intenso.


Espumantes Demi-Sec, Moscatel e Doux: Os espumantes demi-sec contém de 33 a 50 g de açúcar/L, enquanto os douxs possuem mais de 50g de açúcar/L. Ambos apresentam características frutadas, nuances amendoadas e florais. Perfeitos para festas, como aperitivo, acompanhando salgadinhos, canapés, saladas, bolo, frutas assadas, merengue e mousses.

 

Ice Wine: São produzidos a partir de uvas sobre maduras e congeladas ainda no pé. Estes vinhos são raros, elaborados em quantidades limitadíssimas e somente em regiões muito frias. Geralmente são caros, mas a experiência de provar um néctar desses é inesquecível.  Devem ser apreciados como aperitivo ou como sobremesa.


Delicie-se!

Nenhum comentário:

Postar um comentário