quarta-feira, 13 de maio de 2015

Cabernet Sauvignon: a uva mais cultivada no mundo

De Bordeaux ao Npa Valley, da Itália ao Chile, da França ao mundo. O apelido "rainha das uvas' não é à toa. Saiba mais!
Quem não gosta de Cabernet Sauvignon?! Não só é a variedade mais conhecida e querida por amantes de vinho, como é também a mais cultivada do mundo. Conheça as características da variedade em cada uma das suas principais regiões de cultivo.

Características da Cabernet Sauvignon


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Conhecida por ser uma variedade vinífera intensa e profunda, a Cabernet Sauvignon possui frutos pequenos, fazendo com que aumente a proporção de casca para polpa. Como sabemos, propriedades aromáticas do vinho, além de características como tanino e cor, concentram-se justamente nas cascas – o que explica a intensidade da bebida facilmente reconhecível à taça.
Com coloração profunda, exibe aromas de frutas negras – ameixas, groselhas e cerejas-, notas herbáceas e mentoladas, além de tabaco, café e baunilha, comumente adquiridas durante estágio em carvalho. É normalmente bastante encorpado e tânico, com elevado potencial de guarda.

Origem da Cabernet Sauvignon

Resultado do cruzamento entre Cabernet Franc e Sauvignon Blanc – daí o nome Cabernet Sauvignon -, a “rainha das uvas” teria nascido no sul da França. Apesar de um estudo realizado na Califórnia em 1997 ter constatado tais fatos, fica difícil dizer exatamente o local de origem da uva tinta mais popular.

Bordeaux, França

Lar clássico da Cabernet Sauvignon, Bordeaux é também a região que fez fama mundo afora graças ao poder da variedade. Além de a uva entrar no corte bordalês (Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc, Merlot e Petit Verdot), é a principal variedade cultivada na margem esquerda do rio Girone, que se estende ao longo da região.
É na margem esquerda que estão alguns dos maiores nomes de toda Bordeaux: Saint-Estèphe, Pauillac, Saint-Julien e Margaux (todas sub-regiões da prestigiada Médoc) e Pessac-Leógnan (sub-região de Gràves). Já deu para perceber a importância da cepa?

Outros terroirs para Cabernet Sauvignon

Fora de Bordeaux, a Cabernet Sauvignon aumentou seu império e ganhou força em outras partes do Velho e do Novo Mundo. Mas em cada lugar, ela ganha características que lhe fazem particular. Confira as principais:

Itália

Depois da França, foi na Itália a segunda parada de destaque da Cabernet Sauvignon no Velho Mundo. Ela integra os “vinhos rebeldes” da Toscana, os Supertoscanos, e alguns grandiosos do Piemonte e da Sicília.
Por muito tempo, a uva seguiu como sendo proibida no país (assim como todas as outras variedades internacionais), mas hoje é conhecida por alguns dos vinhos mais ambiciosos da Itália. Com muita estrutura e final de boca amargo, os Cabernets italianos costumam ser muito saborosos.

Estados Unidos

Dizem que depois de Bordeaux, é em Napa Valley, na Califórnia, que a Cabernet Sauvignon se sente mais à vontade. Os Cabernets de lá trazem, normalmente, muitos taninos, mas macios e maduros. Suas notas vão mais para o lado das cerejas, enquanto que os melhores podem trazer notas de bolo de cereja e madeira.

Chile

Em cada um dos quatro principais países produtores da América do Sul, houve uma variedade francesa a que melhor se adaptou. A potente Malbec na Argentina, a macia Merlot no Brasil, a tânica Tannat no Uruguai e a intensa Cabernet Sauvignon no Chile. No estreito país sul-americano, destacam-se as notas herbáceas da variedade: pimentão e folhas de groselha. Procure por Cabernets dos seguintes vales chilenos: Maipo, Colchagua, Cachapoal e Rapel.

África do Sul

Por vezes, os vinhos tintos de Stellenbosch são confundidos com os dos grandes châteaux de Bordeaux. Isso se deve à alta concentração de taninos e acidez de seus Cabernets. Apesar disso, costumam ser mais herbáceos do que frutados.

Austrália

Destacam-se duas regiões vinícolas australianos pelo cultivo da Cabernet Sauvignon – Coonawarra e Margaret River. São vinhos tintos com muitas frutas negras, toques herbáceos e taninos marcantes.

Líbano

As tentativas de se levar a Cabernet Sauvignon para regiões mediterrâneas têm dado bons resultados – e o Líbano é a prova viva disso. Sua principal região, Vale do Bekaa, onde a uva amadurece com notas de licor que, nas palavras de Jancis Robinson, “confundem até os apreciadores mais preconceituosos”.

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